terça-feira, 29 de julho de 2008

a verdadeira historia do movimento skinhead!!!

As primeiras manifestações desta cultura ocorreram por volta de 1967, alcançando o seu primeiro auge em 1969. Este período é chamado nostalgicamente pelos próprios skinheads como "espírito de 69" (ou "spirit of 69", termo cunhado na década de 1980 pela gangue Spy Kids). Eram majoritariamente formados por brancos e negros (estes últimos em sua maioria imigrantes jamaicanos) que frequentavam juntos clubes de soul e reggae, andavam em gangues e se vestiam de uma forma muito particular, em especial pelo corte de cabelo muito curto (daí o nome skinhead, que traduz-se grosseiramente como "cabeça pelada"). Os skinheads ganharam notoriedade nos jornais e na cultura popular da época por muitos deles promoverem confrontos nos estádios de futebol (o chamado hooliganismo) e alguns deles participarem de agressões contra imigrantes paquistaneses e asiáticos. No entanto, muitas das gangues xenófobas anti-asiáticos detestavam os grupos neonazistas e repudiavam o racismo contra negros, como foi o caso da gangue da década de 1970, Tilbury Skins, fundadora da Liga Anti-Paquistaneses e no entanto um grupo anti-nazista. Numa entrevista do livro Skinhead Nation, Mick, membro de uma das gangues skinheads Trojan, diz:
"Não há como sermos nazistas. Meu pai enfretou nazistas na guerra. Todos nossos pais enfrentaram. A APL [Liga Anti-Paquistanês] é diferente. Só porque eu odeio paquistaneses, isso não me torna um nazista!".
No final da década de 1970 houve uma "segunda geração" skinhead, decorrente da agitação provocada pela cultura punk e que acabou desencadeando um grande interesse por outros movimentos juvenis do passado, como os mods, teddy boys e skinheads. A geração anterior ("espírito de 69") tinha como uma de suas características a ligação com a música jamaicana, principalmente o reggae, o rocksteady e o ska. Com o surgimento da "revolução musical" do punk rock e sua ética de faça-você-mesmo, muitos skinheads se agregaram ao emergente street-punk (então uma vertente anti-comercial do punk) e deram origem ao estilo Oi!, que abrange tanto os aspectos musicais quanto culturais. Isso no entanto não significou o abandono do reggae e do ska. Nos anos 1980 muitos skinheads tornam-se grandes adeptos do ska chamado "Two Tone" ("dois tons", em referência às cores preta e branca — simbolizando a união de raças).

Fragmentação
A partir da década de 1980, a constante pressão da mídia acerca da infiltração do preconceito racial dentro da cultura skinhead (infiltração promovida por uma política deliberada do partido de extrema-direita National Front), somada ao surgimento de um engajamento político dentro desta cultura (tanto à esquerda quanto à direita, além do anarquismo) resultou na fragmentação em vários submovimentos rivais. Desde então, constantemente estes grupos não reconhecem uns aos outros como verdadeiros representantes da cultura skinhead, e é comum que cheguem a se enfrentar fisicamente. Entre os principais atritos estão as divergências explícitas como entre esquerdistas e direitistas, racistas e não-racistas, polítizados e apolíticos. Mas também há grande hostilidade entre grupos de divergência sutil como nazistas e integralistas, conservadores xenófobos e defensores de uma supremacia racial branca, anti-semitas e neonazistas.

Características
A cultura skinhead da década de 1960 era formada majoritariamente por jovens da classe operária britânica. O vestuário skinhead, com botas e suspensórios, reflete em certa medida a indumentária operária da Inglaterra desta época.
Existem diversas particularidades culturais e ideológicas que definem diferentes tipos de skinheads.
No aspecto geral:
Os tradicionais, ou trads, que estão mais intimamente ligado aos costumes da década de 1960, especialmente a versão inglesa dos rude-boys.
Os boot-boys (mais tarde chamados de skinhead Oi! ou simplesmente skinhead), forma exagerada e quase caricatural do estilo tradicional e que se tornou a vertente mais comum a partir da década de 1980.
Os casuais são uma continuação da evolução skinhead, que evoluiram dos hooligans. O estilo ganhou força nos tempos em que se foi proibida a entrada de pessoas com botas dentro dos estádios de futebol, o que obrigou os skins fanáticos pela bolinha, e também, por brigas futebolísticas, a diversificar um pouco seu vestuário, trocando as botas pelo tênis. Com o passar dos tempos o visual dos casuais também evoluiu e ganhou características próprias, sendo utilizado como disfarce para brigas entre hooligans.
Outros grupos de curta existência como smoothies, suedeheads, crombie boy e outros.
Nas divergências ideológicas (iniciadas na década de 1980):
Os chamados apolíticos, que se alienam deliberadamente das questões ideológicas da cultura skinhead, travando relações com qualquer dos grupos abaixo (no Brasil, esse tipo é comum em Curitiba).
Os white power (ou bonehead, como são chamados perjorativamente dentro da cultura skinhead) são defensores da ideologia neo-nazista ou racialista. Sua origem é o sucesso da banda neo-nazista Skrewdriver e a as ações das organizações também neo-nazistas National Front e British Movement que a partir de então aproveitaram da xenofobia (o chamado paki-bash, espancamento de paquistaneses e outros asiáticos) e nacionalismo despolitizado de alguns skinheads para organizar alguns indivíduos brancos num movimento branco-separatista.
Os SHARP, abreviação de Skinheads Against Racial Prejudice ("skinheads contra o preconceito racial"), originalmente um grupo de combate aos white-powers e mais tarde, com a difusão do movimento racista, uma forma de identificar um skinhead como não-racista.
Os RASH, Red and Anarchists Skinheads ("skinheads vermelhos e anarquistas"), que promoviam ideologias esquerdistas a princípio como mais uma forma de combate aos white-powers e mais tarde também como forma de combater o caráter direitista da fase politizada da cultura skinhead em geral.

Música
A subcultura skinhead era originalmente associada a gêneros de músicas como o soul, ska, rocksteady e reggae.[1][2] A ligação entre skinheads e a música jamaicana levou-os a desenvolver o gênero skinhead reggae, utilizado por artiscas como Desmond Dekker, Derrick Morgan, Laurel Aitken, Symarip e The Pioneers.[3] No começo da década de 1970, alguns suedeheads também ouviam bandas britânicas de glam rock como The Sweet, Slade e Mott the Hoople.[4][5]
O estilo de música mais popular entre os skinheads no final da década de 1970 era 2 Tone, que era uma fusão musical do ska, rocksteady, reggae, pop e punk rock.[6] O gênero 2 Tone, recebe esse nome como referência a uma gravadora em Coventry, Inglaterra que trabalhava com bandas como The Specials, Madness e The Selecter.[7][8][9]
Durante este mesmo tempo, porém, a música reggae começou expressar pensamentos de libertação e de sensibilização negra, algo que os skinheads brancos não estariam relacionados (Brown, 2004). Estas mudanças na música era a ameaça de excluir jovens brancos que criou tensões entre a preto e branco que de outra skinheads começou bastante bem ao longo (Hebdige, 1979, pg 58). Isto significa também que a própria música começou a evoluir para formas cada vez menos reggae componentes.

Carecas
No Brasil existem os Carecas, estilo politizado de carácter patriota, ultra-nacionalista, conservador, fascista e/ou integralista que promove ações violentas contra homossexuais, esquerdistas, diferentes tribos urbanas (em especial àquelas ligadas ao pensamento de esquerda), drogados, neonazistas e em alguns casos judeus, prostitutas, e outras minorias. As principais gangues e a maioria dos indivíduos são anti-racistas uma vez que defendem a tese de que a identidade e raça original da população brasileira é a miscigenação de todas as raças, mas existem carecas indiferentes ou simpatizantes, em especial na região Sul e Sudeste do país, onde há um movimento de independência de caráter muitas vezes branco-separatista. As gangues paulistas Carecas do Subúrbio e sua dissidência, Carecas do ABC, se tornaram famosas na cultura popular devido a episódios de violência amplamente divulgados pela mídia. Alguns integrantes dos Carecas do Subúrbio nas comemorações de 1 de maio de 1988, unidos a membros da extinta Ação Integralista Brasileira e do Movimento Participativo Nacionalista Social, além de mais três entidades políticas de extrema-direita, entraram em confronto com manifestantes da organização sindicalista de esquerda CUT. Em 6 de Fevereiro de 2000, o adestrador de cães e homossexual Edson Néris da Silva foi espancado até a morte pela gangue Carecas do ABC, formada por 18 indivíduos, por estar andando de mãos dadas com seu companheiro, Dário Pereira Netto, que conseguiu fugir. Em 7 de Dezembro de 2003 os Carecas do ABC se tornam novamente notícia quando três de seus membros, no caminho de volta de uma reunião da gangue, obrigaram ameaçando com armas brancas dois adolescentes (Cleiton da Silva Leite, 20 anos, e Flávio Augusto Nascimento Cordeiro, 16, que vestiam camisetas com estampa de bandas de punk rock) a pularem pela janela do trem em movimento em que estavam, resultando na morte de Cleiton e no amputamento do braço direito de Flávio.
Em Portugal o termo também é empregado por skinheads patriotas, nacionalistas e conservadores de extrema direita, no entanto o nacionalismo defendido pelos carecas portugueses está profundamente ligado à ideologia da supremacia branca e ao neonazismo, uma vez que estes indivíduos afirmam ser a raça branca a origem e verdadeira identidade portuguesa.